→Todo mundo estava rindo, exceto você.←

Música 


Ela era uma pessoa risonha. Aquela a qual ninguém se importava, pois dizia qualquer coisa, logo, ouvia qualquer coisa. Era tão comum vê-la dando risada e se divertindo, algo quase rotineiro, e você poderia ver em seus olhos a mistura de cores dentro de seu corpo. Dizem que cada pessoa tem uma aura, cada cor significando algo, mas a dela seria um arco-íris, de tão indecifrável e tão misturada que ela era. Mas não é algo que comumente você veria naquele sábado, dentro da pizzaria. Ou naquela tarde, no piquenique com os amigos.
Você via que ela tentava levantar o olhar, mas era algo já sensível para ela. Você não via ela rindo quando falavam exatamente daquele assunto. Daqueles assuntos.
Ela ria muito naquela piadinha de humor negro, mas ela não ria tanto quando via alguém compartilhando seus momentos de felicidade com o pai. Ela ficava feliz por seu amigo, claro, mas ainda era difícil compreender que a vida a privava de toda essa diversão e conforto. Daquele abraço carinhoso que ela nunca recebeu, das ligações que ela nunca pode atender, e do último olhar, o qual também foi privado.
Ela dava alguns sorrisinhos enquanto alguém fazia palhaçadas, e já não conseguia se segurar de tanto rir quando chegava sua vez, mas não costumava rir quando alguém falava sobre um relacionamento sério. Namorar é algo que pode ser maravilhoso, mas ela se sentia meio mal por não conseguir se adaptar a compromissos desse jeito, e também em pensar de que, mesmo se conseguisse, ninguém iria querer tentar isso com ela.
Ela ria muito quando caia na frente de seus colegas, mesmo que quando sozinha apenas corasse e continuasse o caminho. Não era algo que ela queria rir, mas é melhor fazer alguma palhaçada para que riam do que tornar o próprio tombo como motivo de risada, não? Mas ela compreendia, pois talvez desse um riso quando algum deles caísse também.
E então, quando ela chegava em casa e se deitava, percebia que por mais quietos que estivessem todos a seu redor, por mais fechadas que permanecessem suas bocas, estavam felizes também. Talvez ela não devesse se preocupar tanto com os sorrisos e a felicidade alheia, visto que a sua se abalava a cada dia, pois ao doar tantos sorrisos, acabou ficando sem estoque. 

Item 189 da lista: 642 coisas sobre as quais escrever.

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Olá, pessoal! Este texto foi bem mais pessoal e menos intenso do que o outro que postei, acredito eu, Eu iria postar um conto meu, que modéstia a parte, acho lindo e é o texto escrito por mim preferido, de todos. Acabou que ainda não sentia que era a hora certa, pois ele foi um dos primeiros e retratou exatamente o que eu queria, mas brevemente será postado. O texto aqui postado foi escrito dia 17/07, mas o guardei para postar mais tarde, e essa hora chegou. Espero que estejam apreciando as postagens do blog, são feitas com muito carinho. Há tempos não abria meu coração assim, passar da fase de não mostrar o que escrevo para ninguém para jogar na internet com a consciência de que qualquer um poderá ver é um grande passo. Pessoal, claro.

Muitos beijos, esta noite especialmente me sinto mais feliz, não sei o motivo. Amem mais. 
Tchau ~

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Odeio me descrever, pois até isso é confuso para mim. Eu sou confusa, com meu copo de tristeza que nunca esvazia, e minha impulsividade. A confusão de palavras na minha mente, e o quão confuso é meu gosto musical e literário. Faço uma bagunça na minha casa, em uma vida e nos meus cadernos de anotações. Vivo em uma baderna de cores, auras, almas. Auto-descrição é muito confuso, mas não tem melhor maneira de me descrever usando a confusão. Sou misturada, uma desordem, um pandemônio e um distúrbio.
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