→correspondência←

minha cara,
você nem se reconhece mais.
não lembra mais de onde veio as lágrimas
que vê descendo pelo seu rosto no espelho.
olha só,
tanto tempo embaixo da água já não serve mais.
nenhuma impureza sua vai deslizar pelo seu corpo novamente,
limpando sua alma como costumava fazer.
talvez os remédios não façam mais efeitos
e nada mais te deixará acordada.
seu reflexo tornou-se um desconhecido
que você vê com indiferença.
ninguém mais irá acreditar em você
com tantas mentiras soltas por aí.
sua camada exterior mostra rasgos
e seus sorrisos já estão todos desaparecendo.
deixe de ser tão egoísta,
tão egocêntrica,
tão esquisita.
você ainda continuará sozinha
com seu amargo reflexo no espelho,
dissolvendo-se,
desmanchando-se
e matando-te,
como se não tivesse consciência
de que falo
com você,
comigo mesma.
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→vícios incessantes←

há quanto tempo não apareço neste bar,
estive cansada de cair no chão
inconsciente
do quão consciente
eu poderia estar.
algumas coisas mudaram,
eu vivi,
chorei,
sorri,
mas mudanças não costumam
ser significativas para mim.
percebi que
alguns esforços são em vão,
e que não posso mais lutar,
persistir
sem ar,
pois serão a toa.
um vício não vai embora
até que ele ou você morra,
e por isso
não persisto.
posso sorrir,
chorar,
mas ele continua aqui.
batucando meu coração
que toda noite
pede por mais,
só um gole a mais.
estive cansada de cair no chão
inconsciente
do quão consciente
eu poderia estar.
eu vivi,
chorei,
sorri,
mas mudanças não costumam
ser significativas para mim.
alguns esforços são em vão,
e que não posso mais lutar,
persistir
sem ar,
pois serão a toa.
até que ele ou você morra,
e por isso
não persisto.
chorar,
mas ele continua aqui.
batucando meu coração
que toda noite
pede por mais,
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